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Enfim, a mágica que eu esperava



Sarah (Connely) e o Rei Goblin (Bowie): quer coisa mais contos de fadas que isso?
Labirinto - a magia do tempo (Labyrinth, 1986) é um filme da infância de muita gente, mas digo que não tenho a menor lembrança de ter ouvido falar dele quando criança. Que me perdoem os saudosistas, mas esta é a realidade. E o que tenho a dizer é: adorei o filme. Mesmo achando graça dos hoje toscos efeitos especiais (um chroma key tão fajuto que até o finado "Piores clipes" tinha um melhor), a história foi a mais legal até agora.

Sarah (Jennifer Connely, linda até hoje) é uma adolescente que curte uma fantasia. Hoje em dia, ela seria super hype, mas naquela época isso era coisa de CDF e Sarah não parecia ter muitos amigos. Então, ela se isolava em seu mundo fantástico, usando seus vestidos de época e recitando trechos de seu livro favorito, Labirinto, além de curtir bastante seu quarto cheio de bichinhos de pelúcia e outras coisas que a fazem viver um sonho. A realidade, aliás, é bem chatinha. Obrigada a ficar de babá de Toby (Toby Williams) quando o pai e a madrasta querem sair, a garota sente a vida passar por seus dedos enquanto tenta fazer o irmãozinho parar de chorar. Ela queria que a vida fosse diferente, que pudesse fazer parte das histórias que tanto gostava de ler.

O Rei dos Goblins e o pequeno príncipe?
Então, naquele dia, ela teve seu desenho atendido. Pedindo que seu irmãozinho fosse levado pelos goblins, ela se vê aterrorizada por perceber que ele realmente se fora. Imediatamente arrependida de seu pedido, sabendo que se deixasse o pequeno Toby ele seria transformado em um goblin para sempre pelo malvado Rei dos Goblins (David Bowie, rockstar até no reino da fantasia). Então o Rei dá a ela um prazo: em 13 horas ela deveria cruzar o labirinto e chegar na cidade e alcançar o castelo, ou então perderia o irmão para sempre. Decidida a desfazer a lambança que tinha feito, Sarah começa sua jornada.

Encontra-se com seres fantásticos, que a ajudam e atrapalham, ensinando lições bem bacanas: perder a cabeça de vez em quando pode ser divertido - mas tem que ter cuidado para não exagerar; ouvir conselhos é importante e pode nos ajudar a encontrar a saída, mas depender deles para qualquer decisão pode nos atrasar; nem sempre as amizades estão nos lugares em que a gente acha que estarão; se a gente acumula pequenas lembranças de coisas que não servem mais, podemos acabar soterrados por esse entulho. Sério, sinto falta de ver esse tipo de lição de moral em filmes para crianças hoje em dia. Raiva eterna de filmes de hoje em dia, feitos para os chamados pré-adolescentes. São tão fracos, sem imaginação e vazios de conteúdo que dá até pena. Mas, voltando ao Labirinto. Sarah enfrenta vários desafios, sempre dificultados pelo Rei dos Goblins - que a gente só descobre que se chama Jareth muito depois. No fim das contas, ela consegue derrotar o Rei e salvar o irmãozinho. Depois, decide desapegar das coisas que ainda a mantinham no mundo dos sonhos, porque ela sente que cresceu, amadureceu pela experiência. Mas, no fundo, ela sente falta dos amigos que fez. Mas ele estariam sempre com ela, sempre que ela precisasse.

Com a ajuda desses tão amigos tão diferentes, Sarah aprende o valor da verdadeira amizade
Esta acho que foi a mais bonita de todas as lições: a vida é um labirinto feito de escolhas, e dele não conseguimos sair sozinhos. Precisamos de coragem e amigos, além de um punhado de sorte. E, no fim das contas, por mais que a gente precise crescer e deixar as coisas de criança pra trás, a gente não precisa abandonar por completo os amigos que fizemos nas nossas histórias fantásticas. Afinal, quem nunca sonhou em fazer uma baita festa no quarto com os personagens que ama até altas horas?

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